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Aos Metodistas Confessantes

Carta @s Confessant@s em 2012



Querid@s Confessant@s,
Que a paz, o amor, a justiça e a temperança reinem entre nós por mais esse Ano que se faz Novo.
Agradeço as manifestações de carinho sobre minha ausência na Rede. Mas após o 19º Concilio, tive que refrescar o espírito.
Muitas conversas e mensagens importantes circularam no grupo no último período de 2010, dentre elas destaco:
1) O testemunho de Cibele sobre a existência de um grupo de amig@s d@s Confessant@s, do qual o sobrinho dela faz parte;
2) A formatura do Francisco Thiago e seu Testemunho sobre o papel da Rede Confessante em sua vida;
3) O Texto: Eleição de bispos: sem discussão e sem debate? Por Roberto Pimenta – Disponível em
http://metodistaconfessante.blogspot.com/2012/01/eleicao-de-bispos-sem-discussao-e-sem.html
4) O texto: Ainda sobre a matéria “Eleição de bispos: sem indicação e sem debate?” Escrevem os leitores – Por Robson Louzada Teixeira – Disponível em
http://metodistaconfessante.blogspot.com/2012/01/ainda-sobre-materia-eleicao-de-bispos.html
5) O adeus do Elias Boavetura;
6) E, por último, as discussões sobre a continuidade do movimento confessante.
Quero, inicialmente, lembrar de 2 Timóteo 3:12-16:
Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo serão perseguidos. Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendesse e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeitamente habilitado para toda boa obra.
Nesse ano entramos no 6º ano da existência d@s Confessant@s e é incrível, como às vezes, de modo até bonito de se ver, caímos na inocência de acharmos (inclusive eu mesma) que provocaríamos mudanças imediatas. Quando lá no início, definimos o slogan Consolidar, avançar e agir na busca pela valorização da identidade metodista, já estava implícito o caminho longo, difícil e contínuo que teríamos pela frente.
Nesses anos, temos presenciado exemplos e testemunhos de resistência entre @s Confessant@s e também de não-confessant@s pelo Brasil. A comunidade de Belém, Bela Aurora, o jornal Tribuna Metodista, os vários textos que circulam na internet e as comunidades virtuais voltadas a discutir o metodismo, é uma clara evidência que não estamos tão sozinhos, como pensávamos há alguns anos atrás. É até possível que a Rede Confessante tenha contribuído para motivar que as pessoas, inclusive os jovens pelo Brasil, expandissem as avaliações e a troca de idéias sobre o que vem ocorrendo na igreja hoje. Por outro lado, percebe-se hoje um descontentamento e uma crítica, mesmo que pouco verbalizada (por motivos óbvios), por parte do corpo pastoral. Ou seja, pelo silêncio é possível perceber o tamanho da critica, e não a apatia, como a gente às vezes pensa; o silêncio fala mais que mil palavras...
Creio que devamos, no ensejo da partida de Elias Boaventura, ler o que pudermos sobre sua trajetória e o testemunho sobre ele, em especial, vindo de seus alun@s. Foi uma vida, igualmente a de muitos “monstros” que estão no movimento confessante, que deixou um legado e uma gama de inspiração para tod@s nós. Dito isso, gostaria de dar a minha opinião sobre a continuidade do movimento confessante.
Creio que se tivermos a expectativa se ser “grande coisa” ou “coisa grande”, devemos segurar a onda. Aliás, o megalomaniasmo, por parte de alguns líderes, tem sido um dos focos de nossas criticas. Isso não implica, evidentemente, que devamos primar pela inoperância; como de fato não o temos feito. Todavia é preciso aceitar nossos limites históricos e relembrar que a situação eclesiástica de hoje vem sendo (des)construída há, no mínimo, quatro décadas. Evidentemente que o que dantes era marca do movimento carismático “virou” outra coisa. O que quero dizer é que nem carismatismo do passado sobreviveu intacto aos elementos estranhos e a formatação de igreja que hoje se vê.
A IURDização do metodismo, que parece só vem aumentando, indica que há um caminho longo e deserto pela frente. A ganância para aumentar a membresia e a adoção da terminologia “catedrais” para definir os templos maiores, tal qual faz o Bispo Macedo, é uma evidência disso. Mas as afinidades param por aí, já que a IURD NÃO tem se comportado como esponja, absorvendo coisas do G-12, caverna do Adulão, gaditas, etc, etc... Parece que a IURD tem construído sua “identidade” (mesmo que questionável), ao passo que a IM parece caminhar para a desfiguração de sua; constituindo-se numa igreja sem rosto. Pelo menos é a impressão que se tem daqui dessa parte do Brasil.
O Confessante e Doutor em Ciências da Religião José Carlos de Souza, em seu livro Leiga, ministerial e ecumênica: a Igreja no pensamento de John Wesley, lembra um pensamento do teólogo D. Elton Trueblood que dizia: “o problema mais difícil do cristianismo é o problema da Igreja. Nós não podemos viver com ela, e nós não podemos viver sem ela”. (p.12) Ao que José Carlos de Souza completa dizendo:
Alternam-se defesas inflamadas da instituição e protestos veementes contra ela. Alguns pleiteiam por reformas; outros preferem falar em renovação; e não poucos se opõem ferrenhamente a quaisquer mudanças. Enquanto novos modelos de igreja buscam maior funcionalidade em relação ao espírito da época, cresce o número de pessoas que, a despeito de se mostrarem religiosas de alguma forma, consideram as igrejas totalmente desnecessárias, quando não peças fossilizadas de um tempo que não há de voltar (p.12)
Parece que vivemos nesse vácuo: o da paixão a qualquer custo ou do divórcio da igreja. Nesse ínterim é preciso reconhecer a “significância” Confessante que está, penso eu, na capacidade de irmos tecendo redes, mesmo que a passos lentos; ou seja, irmos continuamente agregando pessoas e grupos preocupados com o (des)caminhar da igreja. Outra significância consiste em incentivar e motivar a prática da espiritualidade individual e familiar, em especial, frente a situações onde a freqüência nos cultos seja insustentável, ou ainda desprovida de sentido, conforme atestam relatos entre @s confessant@s. Em meio ao sofrimento espiritual individual por causa dos rumos de nossa igreja, não devemos perder de vista o nosso papel e o papel dela, enquanto de fato wesleyana: Leiga, ministerial e ecumênica, conforme aponta a belíssima obra de José Carlos de Souza:
“A Igreja existe para atender às necessidades humanas. Afinal, a vida cristã é inconcebível em isolamento, fora da experiência em comunidade. Mas a existência da Igreja também se explica pelo propósito de sua instituição, a saber, o cumprimento das leis de Deus, a realização de obras de misericórdia (alimentar quem tem fome, vestir quem está nu, visitar quem está enfermo ou na prisão, etc.) e obras de piedade (oração pública e privada, leitura e meditação da palavra, participação nos sacramentos e demais meios da graça, etc.). Muitas vezes, infelizmente, tais práticas são dissociadas umas das outras, porém ‘a igreja é um organismo vivo de piedade e de boas obras, nunca uma sem a outra, em serviço fiel a Deus e à humanidade’. Por essa razão, Wesley reiterou, inúmeras vezes, a importância dos meios da graça e se contrapôs, com veemência, às inclinações místicas, bem como à doutrina quietista dos morávios.” (p.31)
Que nesse ano que se faz novo, cada um/a de vocês sintam-se renovad@s pelo Espírito Santo de Deus para seguir enfrente e avante. Olhem para o que nos une; recordem das sementes plantadas, dos abraços dados e da espera gostosa que partilhamos antes de cada encontro presencial.

A Igreja somos nós e a luz de Cristo brilha em nós, aonde quer que estejamos. Alimentem-se da esperança, da bondade, da amizade e da fé. Na medida do possível, quando isso não machucar o espírito, freqüentem sua comunidade. Realizem cultos domésticos, estudem os sermões, cantem os hinos, orem juntos e dividam o pão e o vinho com alguém.
Finalizo com um testemunho: Aqui em casa, começamos a fazer devocionais com café da manhã com amigos. Iniciamos dia 25 de dezembro (veja foto da mesa com o No Cenáculo ao centro) e iremos até março. A idéia surgiu ao perceber, no final de ano, como as amizades estão virtuais e distantes do contato físico. Nesses 3 meses todo final de semana terá uma deliciosa mesa esperando amig@s para compartilhar o pão e a Bíblia. Fica a sugestão para que demais confessant@s façam algo parecido com irm@s mais próximos geograficamente, até que nosso próximo encontro presencial aconteça.
“O Senhor seja com o teu espírito. A graça seja convosco.” (2 Tm 4:22)
Com amor Confessante e em Cristo que nos chama para sua maravilhosa luz,
Maria Newnum – Maringá - 14/01/12
 

Viva você para incluir a todo ser humano no amor de Deus, e nunca para excluir

IGREJA DOS EXCLUÍDOS!

Igreja” que acredita em “excluídos” não sabe o que é Igreja; pois, da Igreja, ninguém é excluído.
Afinal, Aquele que disse: “Eu Sou o Caminho”; também disse: “Quem vem a mim de modo algum o lançarei fora”.
Assim, na Igreja [não falo da “igreja”] somente si - exclui quem nunca foi...
E mais:
Não é um grupo de homens que tem poder de fazer isto [podendo apenas excluir alguém da confraria humana e social], mas tão somente o próprio individuo é que pode “afastar-se” do que de fato nele nunca existiu...
Quem conhece a Deus e ou pelo menos tem algum temor Dele, não exclui ninguém da Igreja; pois, sabe que tal possibilidade não existe em nenhuma perspectiva.
Se alguém supostamente exclui gente da Igreja; saiba: não é da Igreja que exclui, mas apenas da tribo-igreja da qual seja o cacique, ou que fale ou cumpra as ordens da maioria raivosa.

Ora, no curso de anos e anos de observação, vi com clareza que as pessoas ficam na “igreja” — quando confrontadas com a mentira ali prevalente em muitos casos —, quase sempre permanecem por medo ou insegurança, em face de ameaças espirituais que tenham recebido antes, fora da “igreja”, e, depois, feitas pela própria “igreja” como ameaça aos que não a frequentarem. Afinal, a “igreja” é um lugar.
Entretanto, percebo que a maioria que vê o que não é Igreja como força prevalente na “igreja”, e ficam na “tribo”, não o fazem pelo pastor, ou pela doutrina, ou por qualquer outra coisa, mas, sobretudo, pelos amigos, pelas memórias antigas, pela segurança histórica, e pela confraria.
Nesse caso a “igreja” será tão mais forte historicamente quanto mais ela seja provedora de um sentir de “torcida organizada”.
Digo isto embora veja que as torcidas de times são mais fieis para com os irmãos de torcida do que a “igreja” é para com os seus ‘crentes’, pois, na torcida, se você não aparece é um direito seu, e, no dia que aparece, apenas torce, e, com você torcem todos os demais, e ninguém exclui ninguém, visto que reconhecem que a paixão é a mesma, variando as condições ou a estação existencial do torcedor.
Quem dera a “igreja” fosse ao menos como a torcida do Flamengo, que diz: “Uma vez Flamengo, sempre Flamengo”. 
Não! Nem assim a “igreja” é!
Viva você para incluir a todo ser humano no amor de Deus, e nunca para excluir.
Quem “exclui” vira “igreja” na hora. Aí tanto faz se exclui ou não exclui; pois, quem vira “igreja” deixa de ser Igreja.
 
Fonte: blogcaminho