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HOMENS, SEGUNDO FERNANDA MONTENEGRO. (ELA QUEM DISSE HEIN)

 
               FALANDO DOS HOMENS 

 
... Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor !
O modo de vida, os novos costumes e o desrespeito à natureza tem afectado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está o macho da espécie humana.
Tive apenas 1 exemplar em casa, que mantive com muito zelo e dedicação num casamento que durou 56 anos de muito amor e companheirismo, (1952-2008) mas, na verdade, acredito que era ele quem também me mantinha firme no relacionamento.
Portanto,  por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha

'Salvem os Homens!'


Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da masculinidade a fim de se preservar os raros e preciosos exemplares que ainda restam.


1. Habitat
Homem não pode ser mantido em cativeiro.
Se for engaiolado, fugirá ou morrerá por dentro.
Não há corrente que os prenda e os que se submetem à jaula perdem o seu DNA.
Você jamais terá a posse ou a propriedade de um homem, o que vai prendê-lo a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada, diariamente, com dedicação, atenção, carinho e amor.


2. Alimentação correcta


Ninguém vive de vento.
Homem vive de carinho, comida e bebida.
Dê-lhe em abundância.
É coisa de homem, sim, e se ele não receber de você vai pegar de outra. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã os mantém viçosos , felizes e realizados durante todo o dia.
Um abraço diário é como a água para as samambaias.
Não o deixe desidratar..
Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.
Portanto, não se faça de dondoca preguiçosa e fresca.
Homem não gosta disso.
Ele precisa de companheira autêntica, forte e resolutiva.


 3. Carinho
Também faz parte de seu cardápio – homem mal tratado fica vulnerável a rapidamente interessar-se na rua por quem o trata melhor.
Se você quer ter a fidelidade e dedicação de um companheiro completo, trate-o muito bem, caso contrário outra o fará e você só saberá quando não houver mais volta.


4. Respeite a natureza
Você não suporta trabalho em casa? Cerveja ? Futebol? Pescaria? Amigos? Liberdade?  Carros?
Case-se com uma Mulher.
Homens são folgados.
Desarrumam tudo.
São durões.
Não gostam de telefones.
Odeiam discutir a relação.
Odeiam shoppings.
Enfim, se quiser viver com um homem, prepare-se para isso.


5. Não anule sua origem
O homem sempre foi o macho provedor da família, portanto é típico valorizar negócios, trabalho, dinheiro, finanças, investimentos, empreendimentos. Entenda tudo isso e apoie..


6. Cérebro masculino não é um mito
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino.
Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente não possuem! Também, 7 bilhões de neurônios a menos).
Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objecto de decoração.
Se você se cansou de colecionar amigos gays e homossexuais delicados, tente se relacionar com um homem de verdade .
Alguns vão-lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você.
Não fuja desses, aprenda com eles e cresça.
E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com as mulheres, a inteligência não funciona como repelente para os homens.
Não faça sombra sobre ele...
Se você quiser ser uma grande mulher tenha um grande homem ao seu lado, nunca atrás.
Assim, quando ele brilhar, você vai pegar um bronzeado.
Porém, se ele estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: homens também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
A mulher  sábia alimenta os potenciais do parceiro e os utiliza para motivar os próprios.
Ela sabe que, preservando e cultivando o seu homem, estará salvando a si mesma.
E, Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor!
Só tem homem bom quem sabe fazê-lo ser bom!
Eu fiz a minha parte, por isso meu casamento foi muito bom e consegui fazer o Fernando muito feliz até o último momento de um enfisema que o levou de mim.
Eu fui uma grande mulher ao lado dele, sempre.
Com carinho,
Fernanda Montenegro.



Fonte: qap24horas

O pecado da era pós-cristã



Por: Ariovaldo Ramos

Num desses dias, alguém me perguntou como se deve proceder quando em pecado. Respondi o óbvio: arrepender-se. A pessoa contestou dizendo que o pecador também é vítima e precisa ser entendido como tal.
Essa me parece ser a discussão dos dias correntes: pecador ou vítima?
A Bíblia reconhece que qualquer pessoa pode ser vítima do pecado de alguém ou mesmo da conjuntura social, ou da estrutura politico-econômico-social, porém, não entende que isso possa justificar qualquer ato pecaminoso. Para a Bíblia todo ser humano é sujeito da e na história, principalmente, de sua história. Todos são pessoalmente responsáveis, ainda que possa haver atenuantes ou agravantes.
Para a Escritura Sagrada o que se pede do pecador é que se arrependa, isto é, que assuma o seu erro e a sua responsabilidade. Arrepender-se é aceitar a punição da lei. Um pecador arrependido é aquele que admite merecer a punição que a Lei de Deus prescreve para ele. Que, em última instância, é a morte: “A alma que pecar, morrerá.” Ez 18.4.
O Novo Testamento, entretanto, nos ensina que todo o pecador que se arrepender, isto é, todo o que admitir e confessar o seu pecado será por Deus perdoado, como ensina o apóstolo João. 1Jo 1.9. E, por ser perdoado por Deus, deve ser perdoado pelo ser humano a quem ofendeu. Entretanto, o pecador não tem como exigir o ser perdoado. O pecador pede perdão, mas, não o exige; pelo simples fato de que perdão não é um direito do pecador é uma benesse do ofendido. Porque perdão é graça.
É verdade que o cristão não tem como não perdoar. Mt 6.12. Contudo, essa é uma questão entre a vítima e Deus. Além disso, o pecador não tem o direito de reclamar do sofrimento de que foi acometido como conseqüência de seus atos - no relacionamento ofensor e ofendido (isso não justifica o ofendido, caso sua reação seja pecaminosa). É a lei da semeadura: “Semeia-se vento, colhe-se tempestade.” Os 8.7. E é preciso que se diga que, por pior que seja o sofrimento que o pecado venha a provocar sobre o pecador, ainda é menor do que o Inferno ao qual ele fez jus.
Todo o que confessa o seu pecado será perdoado e restaurado por Deus. 1Jo 1.9. Porém, confessar é assumir a responsabilidade e admitir a justiça da punição pelo que fez. Ainda que a punição não virá pelo fato de já ter sido sofrida por Cristo.
Nesta época tal reflexão está se tornando impensável: porque vivemos numa era de vítimas. Hoje, não importa o erro que a pessoa cometa, ela é sempre vítima: seja da sociedade, seja da história, seja da economia, seja da política, seja das instituições, seja da família. Ninguém é culpado. Logo, como alguém disse: é uma época em que ninguém assume a responsabilidade, nem adia prazeres e nem se presta a sacrifícios.
Essa época é pós-cristã não porque não se fale mais de Deus, pelo contrário, provavelmente, poucas vezes na história se falou tanto de Deus, mas, porque não se fala e nem mais se admite a realidade do pecado. Esta é uma era onde não há mais pecadores, só há enfermos. É o auge do humanismo: o pressuposto de que o ser humano é intrinsecamente bom venceu; e, ora, gente intrinsecamente boa não peca, adoece. E doentes são vítimas.
O que ainda não se percebeu nesta presente era é que doentes não podem ser perdoados. Só pecadores podem ser perdoados. Logo, só pecadores podem ser restaurados; só pecadores podem ser tornados puros de toda a injustiça que cometeram. O que será dos que estão prontos para assumir que estão enfermos, mas, jamais que são pecadores? A probabilidade maior é a de continuar pecando cada vez mais e pior, contraindo, aí sim, uma doença para a qual não há cura: a voracidade de ser aceito de qualquer jeito, por julgar ter o direito de ser de jeito qualquer. Essa enfermidade coloca a pessoa a deriva dos mais grotescos apetites, tornando-a escrava dos instintos, que se tornarão cada vez mais irresistíveis. É a escravidão do pecado. Jo 8.34. E disso só se escapa quando, finalmente, a todos os pulmões o pecador confessa: “Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa”.

acesso em 29/05/12-14:20 : irmaos.com

Passos para tornar-se um/a pastor/a bem sucedido/a



Sou pastor metodista há quinze anos, ordenado há dez. Participei como membro clérigo de sete Concílios da IV Região Eclesiástica (Minas e Espírito Santo) e visitei – pela primeira vez e por um dia – um Concílio Geral (2006). Imaginei-me aconselhando um jovem para tornar-se um pastor “bem sucedido” na nossa Igreja Metodista.
Já fiz isso em outras ocasiões – a última vez há seis anos – e não incluí na conversa o adjetivo “bem sucedido” porque eu achava que pastorado não combinava com “sucesso”. Mas eu estava enganado. Os tempos são outros! Por isso, mudaria minhas orientações.
Primeiro passo: Seja esperto. Você já está com 25 anos e sem perspectiva de vida. Não consegue entrar para universidade pública, não tem um bom emprego. É um bom rapaz, apesar de ser um pouco preguiçoso. Não quer ser pastor? Veja, que alternativa você tem? O mercado de trabalho não vai te absorver tão cedo! Como pastor solteiro você terá, de cara, salário, casa, água, luz, ajuda para transporte, plano de saúde e até seguro de vida. Chamado? Deus já te chamou, rapaz! Só você não percebeu. Olhe as circunstâncias. Olhe as suas necessidades. O mundo está cada vez mais religioso e nós, evangélicos, estamos crescendo neste país. Você vai ficar de fora? Pense bem!
Segundo passo: Apareça. Agora que Deus te chamou, você vai precisar da recomendação da igreja local. É importante que você tenha visibilidade na comunidade. Se você toca algum instrumento, ótimo! Se não, cante no ministério do louvor. É um ministério concorrido, mas eu garanto que para você não haverá escala – você “ministrará” em todos os cultos. Entenda por “ministração” aquela falação entre uma música e outra, com chavões indispensáveis para impressionar a congregação e alguns gemidos com mudança da voz. Mas não se preocupe. É só a gente arranjar alguns dvds de ministérios de louvor famosos e você aprende tudo em duas horas. Aliás, guarde bem o que te digo agora: sempre que puder compre cds e dvds de músicas evangélicas. Esteja por dentro de tudo sobre o “mundo gospel”. Se tiver de escolher entre comprar um livro ou um cd, nunca hesite: compre o cd, ele te ajudará mais. Voltando para a questão da visibilidade, devo te exortar: nunca apareça na congregação da periferia ou da zona rural, nunca apareça no hospital para visitar os enfermos, nunca apareça na cadeia para visitar os presos, nunca apareça na casa dos irmãos para visitá-los – mesmo se estiverem enfermos ou forem idosos, nunca apareça nas atividades dos ministérios que trabalham com proclamação, evangelização, missões ou ação social. Nada disso dá ibope, meu filho! Lembre-se: você precisa da recomendação para ingresso no pré-teológico. Com menos de um ano, aparecendo assim como estou orientando, garanto que toda comunidade votará favorável a você.
Terceiro passo: Seja dissimulado. No pré-teológico você será avaliado para ver se tem condições de entrar para Faculdade de Teologia. Você terá de ler os textos indicados e freqüentar todas as reuniões. Como ninguém te conhece e ao final de um ano você terá passado algumas horas com outros candidatos e uns professores, dá para enganar. Não fale demais. Ouça com atenção. Em qualquer discussão, nunca seja o primeiro a falar; preste atenção nas falas e tente concordar com todos, passando uma impressão de conciliador – no popular, “em cima do muro”. Tente passar a imagem de que você é estudioso. Na entrevista com o diretor mostre firmeza e certeza do seu chamado. Na entrevista com a psicóloga, cuide para revelar-se liberal especialmente se houver perguntas sobre sexualidade. Depois, virá o vestibular, que não é um “bicho de sete cabeças”. Ah, é preciso contar com a sorte também!
Quarto passo: Seja um louco-irresponsável-puxa-saco. Você vai estudar quatro anos na Faculdade de Teologia em São Bernardo do Campo. Aproveite bem esse tempo, ele não volta mais. Mas aproveite do modo certo. Primeiro, liberte-se do mundinho de moralidade que foi sua igreja local e sua família. Esteja aberto a qualquer experiência sexual ou com drogas que te traga prazer ou te faça “transcender”. Quem sabe você fará a grande descoberta de que está “no armário” e precisa sair dele. Ou, se não for o seu caso, e tiver sorte, consiga casar-se para “legalizar” o “relacionamento”. Busque todo prazer e arranje uma teologia para justificar esse modo de vida. Cuide para não se viciar, porque depois de quatro anos você retornará à sua região de origem para ser pastor. Segundo, não estude. Ou, como se fala em todos os tempos, “pique o fumo”. Aluno de Teologia não é reprovado. E o que importa é o diploma de Bacharel em Teologia que você exibirá orgulhosamente em alguma parede. Então, seja medíocre mesmo. Tenha a honra de dizer o que disse um aluno no culto de formatura para um amigo meu há quatro anos: “terminei o curso de Teologia e não li quatro livros inteiros”. Ou o orgulho de tantos outros que passaram por lá e hoje dizem de boca cheia: “passei pela Faculdade mas ela não passou por mim”. Terceiro, comece a treinar a habilidade de “puxar saco” de quem está acima de você: professores, reitores, componentes de conselho diretores, superintendentes distritais, bispos. Você terá muitos concorrentes nesse treinamento, mas esmere-se, porque seu futuro vai depender disso.
Quinto passo: Seja um gerente. Agora você vai assumir sua primeira igreja. O material para sua leitura diária deve ser tudo que você conseguiu juntar sobre estrutura e funcionamento da igreja, administração e liderança. Se possível, faça alguns cursos rápidos como: vendas, porque o Evangelho que você vai pregar é como um produto que precisa ser apresentado convincentemente para ser comprado; marketing, porque sua igreja vai precisar criar necessidades nas pessoas para freqüentarem os cultos. Faça seminários de fins de semana com os pastores de sucesso sobre como dobrar a arrecadação da sua igreja. Enfim, existem cursos e farto material para transformar você num grande manager. Porque o que importará quando você for avaliado será o “resultado”, que é culto lotado de gente e aumento da arrecadação – obviamente não como fruto da fidelidade a Deus, mas por sua habilidade gerencial.
Sexto passo: Seja um líder ditador. A membresia da Igreja Metodista não admite um/a pastor/a que ouve, é democrático, é conciliador e não abre mão de presidir, dirigir a comunidade. Ela prefere um/a pastor/a “banana”, aquele/a que não dirige nada, não se posiciona e deixa a comunidade na mão de um grupinho “que faz” – desde que tenha algum poder de influência, seja econômico ou de conhecimento – ou prefere um/a pastor/a ditador/a, aquele/a que centraliza tudo, não ouve, manda, faz a agenda para seus “súditos” cumprirem. Prefira, jovem, ser o ditador. Combina mais com o quinto passo dado. Aliás, apesar da ditadura ter acabado no Brasil há mais de vinte anos, ela está de volta na América Latina com uma nova roupagem, arrancando elogios de muitos “democratas”!
Sétimo passo: Seja um animador de altar. Você será um palrador, um tagarela, mas nunca um pregador. Esse “tipo” de pastor/a, que ainda teima em pregar a Bíblia, está fora de moda, vai acabar. Para ser um bom animador de altar, ou palco – algumas igrejas já não têm altares – é preciso: Primeiro, ter um bom grupo de louvor. Leia de novo o segundo passo nomeado “apareça”. Esse grupo será tão importante que muitas vezes você nem terá o trabalho de falar; as pessoas vão “sentir” Deus e vão ficar na sua igreja. Segundo, não preocupar-se com a Bíblia. Ela, a Bíblia, é sua grande desconhecida. Você nunca a leu toda. Ela vai te servir como material decorativo e algumas vezes como amuleto. Mas, antes de falar, leia um texto ainda que você nada fale sobre ele. E se por acaso for falar sobre algum texto, não se importe com o contexto em que foi escrito. Leia os fatos históricos do Antigo Testamento sempre como analogia para interesses individualistas da sua congregação e transforme Jesus Cristo num grande milagreiro como fazem os tagarelas da confissão positiva e teologia da prosperidade. Uma boa mensagem também é aquela retirada de manuais de auto-ajuda. Você pode ler um salmo como pretexto para tagarelar e vai fazer um grande sucesso se aprender a psicologizar sua tagarelice. Mas cuidado. Evite os versículos de lamento e confissão de pecado. Terceiro, usar “chavões” e berros para impressionar a congregação. Preste atenção: até a saudação já virou um chavão e um identificador do “pregador ungido”. Se você disser um “boa noite” no lugar de um “a paz do Senhor” corre o risco de não ganhar a simpatia dos fiéis. Ao ler qualquer texto e em qualquer falação use estas palavras (e os verbos correspondentes): unção, vitória, alegria, glória, conquista, promessa, saúde, cura, prosperidade, diabo, bênção, maldição, etc... Se você agüentar tagarelar aos berros, melhor. Se não, guarde-os para as frases de efeito, por meio das quais você convencerá os ouvintes. Aí você os verá levantando as mãos, dizendo “amém” e “aleluia”, batendo palmas, mesmo que tenham acabado de ouvir uma grande bobagem.
Oitavo passo: Celebre os sacramentos a seu bel prazer. Nunca use qualquer ritual para tais celebrações. Tire tudo da sua cabeça sob a inspiração do momento, pois o que mais vale é a espontaneidade! Que a Ceia do Senhor não seja mais que um pequeno “anexo” ao final de um culto que teve mais de uma hora de “louvor” e mais uma de tagarelice. Quanto ao Batismo, atenção! Não estude com os/as batizandos/as sobre conteúdo e forma desse sacramento. Apenas pergunte de que jeito ele/a quer ser batizado: aspersão, imersão ou derramamento? Sobre a administração do mesmo às crianças, faça o que você achar melhor. Há pastores que batizam. Há outros que não batizam e pregam contra o batismo de crianças. E todos são metodistas! A Igreja Metodista aprovou a participação das crianças na Ceia do Senhor desde o início dos anos 90. E o fez porque sempre recebeu as crianças no Corpo visível de Cristo – a igreja local – por meio do Batismo. Por serem batizadas, as crianças são convidadas à Mesa do Senhor. Contudo, a falta de Batismo para crianças fez surgir uma prática que não existe em nenhuma Igreja Cristã séria na face da Terra: a participação de não batizados/as na Santa Ceia. A Igreja Metodista foi muito responsável ao trabalhar a inclusão das crianças por meio dos únicos sacramentos por ela celebrados. Mas, se pastores/as e pais excluem as crianças do Batismo, com que consciência admitem a participação delas na Ceia? Não é uma questão teológica séria? Mas não se preocupe, jovem candidato ao ministério! Isso é demais para sua cabeça! Se você não entende e nem se importa, como vai ensinar? Deixe as coisas como estão. Sacramentos têm a ver com a história e a tradição cristãs. Mas, hoje, quem se interessa por isso?
Nono passo: Seja sectário. Você está proibido de ler, pelo menos, três textos de J. Wesley: “Carta a um Católico Romano” e os sermões “Contra o Sectarismo” e “O Espírito Católico”. Demarque bem a linha divisória dos que “são abençoados” e dos que “não são abençoados”, justificando que você e sua igreja receberam uma “nova unção” que outras igrejas não têm e que por isso todos devem vir para a “sua” igreja se quiserem ser “abençoados”. Não esqueça de gastar bastante tempo em suas tagarelices falando contra a Igreja Católica. Seja anti-católico como um apaixonado torcedor de futebol torce contra o time adversário. Alimente o anti-catolicismo com as histórias de perseguição sofridas pelos nossos antepassados protestantes, de tal maneira que gere entre os fiéis rancor, ódio e sede de vingança. Você vai contribuir para a intolerância crescente dos dias atuais.
Décimo passo: Guarde os pecados alheios como “trunfos na manga”. A Igreja de Cristo é santa e pecadora. Homens e mulheres são pecadores/as salvos pela Graça de Deus. No decorrer do seu trabalho muitos serão os pecados que você cometerá e que outros cometerão contra você. E você sabe que Deus perdoa pecados. Ele, em Cristo, reconciliou consigo o mundo. Mas como essa conversa sobre perdão é para gente simples e humilde, que não perdeu o coração, então esqueça. Você estará em outro nível, rapaz. Deus perdoa, mas você não! Pelo contrário, revide, vingue! E como muitas vezes não dá para revidar ou vingar na hora, então guarde os pecados dos outros como “trunfos na manga”. Mais tarde você vai usá-los. Para você, jovem, que deseja ter sucesso e crescer, aprenda cedo esse “jogo” do poder. É o que os antigos chamavam de ter “rabo-preso”: manter pessoas sob controle pelo conhecimento que se tem de pecados do passado ou do presente. Só tenha cuidado para não descobrirem os seus pecados também. Mas se descobrirem-nos, não se afobe. Você apenas estará no círculo de pessoas que têm “rabos-presos” umas com as outras. É só fingir que está tudo bem e todos se mantêm como estão!
Décimo-primeiro passo: Busque os seus direitos. Se algum dia você se sentir ofendido ou injustiçado, busque seus direitos. Mas lembre-se: você não perdoa, não há possibilidade de reconciliação, você não pode “sair perdendo”. Quem “pisar na bola” com você vai pagar caro. E não adianta tentar resolver o problema “entre os santos” (haverá algum?) como o apóstolo Paulo aconselha. Vá para a justiça comum. Vá para a mídia escrita e televisiva – de preferência com repercussão nacional. A má fama das igrejas evangélicas no Brasil e a formação secularizada de muitos juízes são dois fatos que te farão sair em vantagem em qualquer processo. Você poderá até ganhar uma boa grana! Depois de todo estardalhaço vão reconhecer que você é corajoso. Então você volta ao “seio da amada igreja” ainda mais forte com a testa escrita “cuidado, não mexam comigo!”
Pode ser que a lista de passos a serem dados para você se tornar um pastor metodista de sucesso seja bem maior, mas vou ficando por aqui.
Agora, se tudo isso não enche os seus olhos, rapaz, há um outro caminho. E te digo de uma vez que é estreito e espinhoso. Quer saber?
Você terá de receber o chamado de Deus para aventurar-se na vida sacerdotal e ministerial. Você terá certeza do chamado. Junto com a certeza você terá dúvida. A dúvida será fruto do sentimento de indignidade, de incapacidade e inadequação: “Eu não sei falar”, “Eu sou o menor na casa de meu pai”, “Não passo de uma criança”, “Ai de mim, estou perdido, sou homem de lábios impuros”... A dúvida estará presente sempre, podendo chegar ao ponto de você dizer “fui enganado” ou “persuadido” ou “seduzido” por Deus, “já não falarei no seu nome”. Seu inimigo não será a dúvida, mas o medo. Por isso, necessário será ouvir dEle continuamente: “Não temas, eu estou contigo!”
Você terá de ser você mesmo, se assumindo como “pecador salvo pela graça de Deus”.
Você terá de ser normal, responsável e aberto para amizades saudáveis.
Você terá de ser fiel àquelas tarefas que um/a pastor/a deve fazer sem que ninguém veja: a oração, a leitura da Palavra e a orientação espiritual.
Você terá de trabalhar como cooperador de Deus, “plantando e regando” e deixando por conta dEle o “crescimento”. Como canta o grupo Logos “até porque resultados não são o indicador verdadeiro de aprovação. Há quem curou e o diabo expulsou mas Jesus nunca o conheceu” (do cd “Conteúdo”).
Você terá de celebrar os sacramentos e pregar a Palavra de Deus tendo a tradição e a história cristãs como instrumentos de inspiração e avaliação para a caminhada de hoje, sem ser denominacionalista – como aqueles que se arrogam ser os “mais metodistas” – nem sectarista – como aqueles que se sentem “donos” da salvação.
Você terá de perdoar os que te prejudicarem, assim como você tem sido perdoado por Deus em Cristo Jesus. Isso vai depender de você se colocar humildemente diante do Pai e abrir-se ao poder curador de sua Graça, desistindo do “direito de não perdoar”, como dizia o Dr. David Seamands. Não é fácil, especialmente se você for “ferido na casa de amigos”.
Como você pode ver, jovem, o que precisamos fazer é conseqüência da Graça de Deus revelada em Cristo e atualizada em nós pelo Espírito Santo.
Esse caminho é bem mais difícil por causa do nosso afastamento de Deus, da nossa autoconfiança, da nossa soberba, da nossa sede de poder, da nossa busca de reconhecimento a todo custo, do abandono da nossa condição de pecadores/as, e tantos outros tropeços, buracos, curvas que nós mesmos acrescentamos ao caminho.
E o “prêmio” desse caminho não é “o sucesso”. Quem nele seguirá?
“Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com santidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria humana, mas na graça divina, temos vivido no mundo, e mais especialmente para convosco.” (Paulo – 2 Co 1.12)
“Ora, o Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortalecer e fundamentar. A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém.” (Pedro – 1 Pe 5.10,11)

Maurício C. Ramaldes Guimarães.
 
Acesso em 24/05/2012-21:50 : moisescoppe

Vitória da liberdade de expressão

Vitória da liberdade de expressão — Juiz extingue ação contra pastor Malafaia e deixa claro: ele não foi homofóbico, e a Constituição brasileira não comporta a censura sob nenhum pretexto

O juiz federal Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível de São Paulo, extinguiu ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal contra o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, contra a TV Bandeirantes e também contra a União. Vocês se lembram do caso: no programa “Vitória em Cristo”, Malafaia criticou duramente a parada gay por ter levado à avenida modelos caracterizados como santos católicos em situações homoeróticas. Já escrevi alguns posts a respeito. Aquele em que em exponho detalhes do caso está aqui . Ao defender que a Igreja Católica recorresse à Justiça contra o deboche, Malafaia afirmou o seguinte:
“É para a Igreja Católica entrar de pau em cima desses caras, sabe? Baixar o porrete em cima pra esses caras aprender. É uma vergonha!”
Acionado por uma ONG que defende os direitos dos gays, o Ministério Público Federal recorreu à Justiça, acusando o pastor de estar incitando a violência física contra os homossexuais. Demonstrei por que se tratava de um despropósito. E o que queria o MPF? Na prática, como escrevi e também entendeu o juiz Victorio Giuzio Neto, a volta da censura. Pedia que o pastor e a emissora fizessem uma retratação e que a União passasse a fiscalizar o programa.
A decisão é primorosa. Trata-se de uma aula em defesa da liberdade de expressão. Fico especialmente satisfeito porque vi no texto muitos dos argumentos por mim desfiados neste blog — embora tenha sido esculhambado por muita gente: “Você não entende nada de direito”. Digamos que fosse verdade. De uma coisa eu entendo: de liberdade. O juiz lembra que o Inciso IX do Artigo 5º da Constituição e o Parágrafo 2º do Artigo 220 impedem qualquer forma de censura, sem exceção. De maneira exemplar, escreve:
Permite a Constituição à lei federal, única e exclusivamente: “… estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no artigo 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente”.
Estabelecer meios legais não implica utilização de remédios judiciais para obstar a veiculação de programas que, no entendimento pessoal, individual de alguém, ou mesmo de um grupo de pessoas, desrespeitem os “valores éticos e sociais da pessoa e da família” até porque seria dar a este critério pessoal caráter potestativo de obstar o exercício de idêntica liberdade constitucional assegurada a outrem.
Mais adiante, faz uma síntese brilhante:
Proscrever a censura e ao mesmo tempo permitir que qualquer pessoa pudesse recorrer ao judiciário para, em última análise, obtê-la, seria insensato e paradoxal.
Excelente!
Afirma ainda o magistrado:
Através da pretensão dos autos, na medida em que requer a proibição de comentários contra homossexuais em veiculação de programa, sem dúvida que se busca dar um primeiro passo a um retorno à censura, de triste memória, existente até a promulgação da Constituição de 1988, sob sofismático entendimento de ter sido relegado ao Judiciário o papel antes atribuído à Polícia Federal, de riscar palavras ou de impedir comentários e programas televisivos sobre determinado assunto.”
O juiz faz, então, uma séria de considerações sobre a qualidade dos programas de televisão, descartando, inclusive, que tenham influência definidora no comportamento dos cidadãos. Lembra, a meu ver com propriedade, que as pessoas não perdem (se o tiverem, é óbvio) o senso de moral porque veem isso ou aquilo na TV; continuam sabendo distinguir o bem do mal. Na ação, o MPF afirmava que os telespectadores de Malafaia poderiam se sentir encorajados a sair por aí agredindo gays. Lembrou também o magistrado que sua majestade o telespectador tem nas mãos o poder de mudar de canal: não é obrigado a ver na TV aquilo que repudia.
Giuzio Neto  analisou as palavras a que recorreu o pastor e que levaram o MPF a acionar a Justiça:
As expressões proferidas não são reveladoras de preconceito se a considerarmos como manifestação de condenação ou rejeição a um grupo de indivíduos sem levar em consideração a individualidade de seus componentes, pois não se dirigiu a uma condenação generalizada através de um rótulo, ao homossexualismo, mas, ao contrário, a determinado comportamento ocorrido na Parada Gay (….) no emprego da imagem de santos da Igreja Católica em posições homoafetivas.
Diante disto, não pode ser considerado como homofóbico na extensão que se lhe pretende atribuir esta ação, no campo dos discursos de ódio e de incentivo à violência, pois possível extrair do contexto uma condenação dirigida mais à organização do evento - pelo maltrato do emprego de imagens de santos da igreja católica - do que aos homossexuais.
De fato não se pode valorar as expressões dissociadas de seu contexto.
E, no contexto apresentado, pode ser observado que as expressões “entrar de pau” e “baixar o porrete” se referem claramente à necessidade de providências acerca da Parada Gay, por entender o pastor apresentador do programa, constituir uma ofensa à Igreja Católica reclamando providências daquela.
(…)
É cediço que, se a população em geral utiliza tais expressões, principalmente na esfera trabalhista, para se referir ao próprio ajuizamento de reclamação trabalhista (…) “vão meter a empresa no pau”. Outros empregam a expressão “cair de pau” como mera condenação social; “entrar de pau” ou “meter o pau”, por outro lado, estaria relacionado a falar mal de alguém ou mesmo a contrariar argumentos ou posicionamentos filosóficos.
Enfim, as expressões empregadas pelo pastor réu não se destinaram a incentivar comportamentos como pode indicar a literalidade das palavras no sentido de violência ou de ódio implicando na infração penal, como pretende a interpretação do autor desta ação.
Bem, meus caros, acho que vocês já haviam lido algo semelhante aqui, não?, escrito por este “não-especialista em direito”, como sempre fazem questão de lembrar os petralhas. Caminhando para a conclusão de sua decisão,  observa:
Por tudo isto e diante da clareza das normas acima transcritas, impossível não ver na pretensão de proibição do pastor corréu de proferir comentários acerca de determinado assunto em programa de televisão, e da emissora de televisão deixar de transmitir, uma clara intenção de ressuscitar a censura através deste Juízo.”
Mas e quem não se conforma com fim da censura na TV? O juiz dá um conselho sábio, com certo humor e uma pitada de ironia:
Para os que não aceitam seu sepultamento - e de todas as normas infraconstitucionais que a previram - restam alternativas democráticas relativamente simples para a programação da televisão: a um toque de botão, mudar de canal, ou desliga-la. A queda do IBOPE tem poderosos efeitos devastadores e mais eficientes para a extinção de programas que nenhuma decisão judicial terá.
Caminhando para o encerramento
Sábias palavras a do juiz federal Victorio Giuzio Neto! Tenho me batido aqui, como vocês sabem, contra certa tendência em curso de jogar no lixo alguns valores fundamentais da Constituição em nome de alguns postulados politicamente corretos que nada mais são do que os “preconceitos do bem” de grupos de pressão influentes. Os gays têm todo o direito de lutar por suas causas. Mas precisam aprender que não podem impor uma agenda à sociedade que limite a liberdade de expressão, por exemplo, ou a liberdade religiosa.
No caso em questão, a ação era, em essência, absurda. É claro que o contexto deixava evidente que o pastor recorria a uma linguagem metafórica — de uso corrente, diga-se. Se alguém foi vítima de preconceito nessa história, esse alguém foi Malafaia. Não fosse um líder evangélico — e, pois, na cabeça de alguns, necessariamente homofóbico —, não teria sido importunado por uma ação judicial. Há um verdadeiro bullying organizado contra os cristãos, pouco importa a denominação religiosa a que pertençam. Infelizmente, a “religião” que mais cresce no mundo hoje é a cristofobia.
Eu, que tenho criticado com certa frequência a Justiça, a aplaudo desta vez.
Por Reinaldo Azevedo

Fonte: veja.abril