Estive refletindo e lendo bastante sobre a questão do dom de línguas na igreja (mais específicamente na igreja Metodista) e da forma como o temos utilizado.
Antes de tudo gostaria de dizer que não rejeito o dom de línguas mas sua instrumentalização e utilização às vezes até como forma de inclusão o que o torna exclusivo. E não sou a favor de que seja usado como 'prova' do recebimento do Espírito Santo porque isto exclui, oprime e divide os cristãos, o que não é a função de nenhum dom. Deveriam servir para edificação.
Atualmente não exerço o Dom de línguas em público, mas sim para minha própria edificação e capacitação o faço, em meus momentos de adoração e contemplação.
Hoje 'prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, do que dez mil em línguas'. Talvez se alguém disser isso na igreja será profundamente rejeitado e excluído e será tratado como menos espiritual ou até mesmo como desprovido do Espírito de Deus, mas isto foi dito pelo Apóstolo Paulo em 1Co 14.14-19 e eu concordo com esta afirmativa bíblica.
"14Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. 15Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente. 16E, se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto o amém depois da tua ação de graças? Visto que não entende o que dizes; 17porque tu, de fato, dás bem as graças, mas o outro não é edificado. 18Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós. 19Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua."1Co 14.14-19 ARA.
E continuo a concordar, que não haja confusão (não mais que duas pessoas), que seja sucessivamente (um de cada vez) e se não houver outro que interprete corretamente, 'fique calado'.
"27No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. 28Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus." 1Co 14.27-28 ARA.
Exaltemos menos o Dom, que é reconhecido, mas para edificação da igreja e este especificamente para sua própria, e produzamos O Fruto:
"22Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei." Gl 5.22-23
No mais concordo também com Paulo e diria:
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine" 1 Co. 13:1
Leandro Priori.
Bibliografia e fontes:
-- Uma visão pentecostal - Acesso em 28/04/11 - http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=6846
-- O Espírito Santo na herança wesleyana - Pr. José do Carmo da Silva, "José do Egito".
Igreja Metodista em Fátima do Sul - MS - Acesso 28/04/11 09:20 - http://www.metodista.org.br/conteudo-impressao.xhtml?c=6813
-- A orientação metodista - Acesso em 28/04/11 – 09:22 - http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=6815
-- CAVALCANTI, Diogo - DOM DE LÍNGUAS: CONSTRASTES ENTRE O PENTECOSTALISMO E OS PAIS DA IGREJA. Acesso em 29/04/11 08:48 - http://www.verdadeonline.net/textos/1063.htm
-- Glossolalia fator inclusivo e excludente no universo pentecostal.
Acesso em 28/04/11 09:11. Fonte: http://przedoegito.wordpress.com/2008/05/23/glossolalia-fator-inclusivo-e-excludente-no-universo-pentecostal/
-- NOGUEIRA, Sebastiana Maria. A glossolalia (falar em línguas) no cristianismo do primeiro século e o fenômeno hoje. In: Revista brasileira de história das religiões v.1, n.3, 2009. ISSN 1983-2859 - Disponível em : http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html
-- NOGUEIRA, Sebastiana Maria. Profecia e glossolalia em Corínto. In: Orácula 4.8 ISSN: 1807-8222